Retroalimentar e fortalecer a rede de proteção de crianças, adolescentes e juventudes. Foi com esse objetivo que adolescentes e jovens participaram do Intercâmbio Nacional de Juventudes, realizado entre os dias 27 e 30 de novembro, em Belo Horizonte (MG), uma iniciativa do projeto Içá Ação e Proteção. A atividade reuniu participantes que integram a base de agentes e voluntários da Cáritas Brasileira. Iniciativa agregou rodas de conversa, visita a experiências, oficina sobre enfrentamento violência sexual e de grafite; participaram jovens de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte e Manaus.
Uma das atividades que promoveu trocas foi a roda de experiências em que cada participante destacou seu protagonismo junto à área de crianças e adolescentes numa troca de saberes entre o grupo que também participou de diversas visitas a experiências concretas de atuação da Cáritas no território mineiro.
Jéssica Moraes tem 22 anos e é ribeirinha de Abaetetuba (PA). Ela participa do projeto Içá: Ação e Proteção – iniciativa de enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes – e esteve no intercâmbio, que avaliou de forma positiva. “Para nós, juventude, participar de um momento desse é muito importante porque conseguimos mostrar nosso protagonismo e conhecer pessoas e experiências novas. O que nos une é a luta em defesa da vida das crianças e adolescentes. E através desses dias de vivências, conseguimos mostrar que a juventude é capaz e luta por aquilo que ela acredita”, pontuou.
Quem também destacou a importância do intercâmbio foi Adelma Cruz, 18 anos, natural de Salgado (SE) e voluntária no projeto Içá: Ação e Proteção. “Aqui consegui ter uma visão mais ampla do que é a Cáritas. Foi uma experiência que me motivou a ter mais interesse ainda em caminhar junto com a Cáritas e estar sempre presente com as ações. Pude conhecer pessoas e culturas diferentes, mas que ao mesmo tempo passam por desafios semelhantes. Foi um momento para percebermos que a juventude não está só”, acrescentou.
O Intercâmbio de Juventudes foi uma oportunidade de socialização e integração do que cada agente Cáritas faz no território, como explicou a agente Cáritas na Arquidiocese de Manaus (AM), Marcela Dias. “Há várias temáticas sendo trabalhadas com a juventude e os adolescentes, como o meio ambiente, a negritude e a incidência política, por exemplo. Encontramos as mesmas dores, mas com metodologias diferentes de trabalho. Então, nesse espaço a gente se retroalimenta da prática uns dos outros, a partir das diversas realidades”, afirmou.
“Os jovens sentem e vivem vários desafios. Não é fácil ser jovem e adolescente em diversos espaços. É preciso que a voz dos jovens e adolescentes seja ouvida. Uma das coisas que falamos muito é que precisamos olhar sempre para nossa metodologia de trabalho procurando adaptar, escutar e falar a mesma língua para que eles se apaixonem por esse trabalho social e assumir essa responsabilidade conosco, agentes Cáritas”, complementou.
Oficinas sobre efrentamento à violência sexual e de grafite
Nesta quinta-feira (30), os participantes do intercâmbio também estiveram na oficina sobre violência sexual de crianças e adolescentes. De acordo com a assessora regional na Cáritas Brasileira Nordeste 3, Denise Azevedo, a atividade teve como objetivo alinhar o conhecimento sobre a temática. Em seguida, o grupo participou de uma oficina de grafite que foi a culminância do intercâmbio. O público pôde construir um painel reunindo as impressões que o coletivo teve ao longo das atividades anteriores.
Christine Rezende é coordenadora na KNH Brasil – Regionais Sudeste, Centro Oeste e Bahia. Ela ministrou a oficina sobre enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes e sinalizou pontos essenciais para a proteção de crianças e adolescentes. “O acolhimento, o fortalecimento dos sujeitos de direitos e a integração e solidariedade são fundamentais no caminho de sinodalidade. A proteção engloba tudo que isso que a Cáritas está trazendo ao longo desses dias, não apenas pensando na proteção de crianças e adolescentes, mas na proteção do ser humano, pois sabemos que os direitos humanos embora sejam direitos por lei, nem sempre são garantidos”, concluiu.